Street Fighter x Tekken
Gênero: Luta
Distribuidora: Capcom
Plataformas: PS3, Xbox360 e PSVita
Street
x Tekken (Foto: Divulgação)
Street Fighter sempre foi aclamado pelos jogadores de
alto nível como o mais técnico game de luta 2D, da mesma forma, Tekken
é considerado um dos mais empogantes jogos de luta em três dimensões.
Apesar de terem grande reconhecimento em seus respectivos nichos, será
que a mistura de universos tão diferentes funcionaria em um único game?
Provavelmente não, e é por isso que as fabricantes decidiram lançar dois
jogos – um com baseado na mecânica de Street, outro em
Tekken. O primeiro deles chegou ao mercado no mês de
março, pelas mãos da Capcom. Confirma agora a análise
completa deste
crossover.
Pedras preciosas
Os guerreiros mundias da Capcom gostam mesmo de uma boa briga: já
tretaram com os King of Fighters, com os Darkstalkers
e até mesmo com os heróis Marvel. Agora, a confusão da
vez foi com os reis do punho de ferro, protagonistas do game Tekken,
da Namco. Esta não é a primeira vez que as duas
gigantes do entretenimento juntam os seus personagens – Namco x
Capcom já havia sido lançado em 2005 – mas como o encontro
anterior era num RPG tático, os fãs tiveram de aguardar alguns anos até
que os Ryu e cia. pudessem testar sua força no ringue contra estes
perigosos oponentes.
E o motivo do conflito veio do espaço: um estranho meteoro caiu no polo
Sul, trazendo consigo uma caixa mística que despertava poderes
sobrenaturais em quaisquer pessoas envolvidas em confronto físico. O
potencial destrutivo do objeto atraiu o interesse da organização
criminosa Shadaloo, e também da corporação Mishima Zaibatsu. Para
impedir que o poder do artefato, batizado de Pandora, caísse em qualquer
uma destas mãos erradas, os heróis das duas franquias partem para
desvendar este mistério.
Igual, só que diferente
Tanto o estilo visual quanto a jogabilidade lembram bastante Street
Fighter IV, mas com sutis modificações: os traços dos
personagens têm linhas mais grossas, e a estética “mancha de tinta”
presente no outro game foi substituída por efeitos de aquarela, o que
fica evidente já na abertura. A escolha visual mantém praticamente
inalterados os personagens que já tiveram versões poligonais (dos dois
lados), e ainda atualiza aqueles que vieram de games passados.
Street
Fighter X Tekken (Foto: Divulgação)
O elenco foi bem escolhido, trazendo personagens consagrados das duas
franquias. São figuras que atuaram nos últimos jogos de suas respectivas
séries, e até mesmo alguns que retornam após terem passado algum tempo
na “geladeira”, como o militar Rolento, que fez carreira em Street
Fighter Alpha. Existem ainda novatos como Poison, que surgiu
como inimigo genérico em Final Fight, tornou-se
acompanhante do wrestler Hugo em Street Figher III e
agora assume um posto como personagem jogável. A versão para PS3
tem ainda personagens extras, como Cole, o anti-herói de Infamous –
donos de Xbox novamente não tiveram a mesma sorte,
ficando sem participações especiais deste porte.
Outros 12 personagens devem se juntar aos brigões originais através de
conteúdos disponíveis por download, o que causou certo desapontamento na
comunidade gamer: todos os lutadores adicionais já estão no disco do
game, então na verdade quem comprar o DLC pagará cerca de 20 dólares
para ter o direito de usar algo que já veio no pacote, mas se encontra
restrito. É lamentável, mas infelizmente este modelo de negócios se faz
presente em muitos títulos da atual geração, e ainda assim é melhor ter
os lutadores como opcionais do que ser obrigado a baixar atualizações de
compatibilidade (que ocupam espaço no HD) para poder continuar jogando
on line após o lançamento dos novos competidores.
Vale ressaltar que a versão para PS Vita de Street
x Tekken foi anunciada como apresentando todos os lutadores
previamente destravados – uma medida que deveria fortalecer as vendas
nos portáteis, mas acabou causando o efeito inverso e deixando
descontentes os proprietários de consoles.
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Street Fighter x Tekken |
Street
Fighter X Tekken (Foto: Divulgação)
Velhos controles, novos comandos
Ainda mais significativas que as sutis mudanças visuais são as
alterações no gameplay, que introduziram uma série de elementos
previamente ausentes nos games da Capcom. A mais notável é a
jogabilidade de duplas, importada de Tekken Tag. Outra
novidade óbvia é o sistema de gemas: como dito anteriormente, os
fragmentos de pedras do espaço trazem vários benefícios temporários aos
lutadores, e estes bônus são divididos em duas categorias distintas: os
que aumentam atributos como força, velocidade, resistência e vitalidade e
estão presentes nas Boost Gems; e os que facilitam o Gameplay,
encontrado nas Assist Gems, permitindo escapar de arremessos, executar
golpes com mais facilidade e até mesmo defesas automáticas.
As pedras não provocam efeitos mirabolantes como os vistos em Super
Gem Fighter e Marvel Super Heroes (ambos da Capcom),
mas ainda assim a escolha das gemas é parte importante do gameplay,
adicionando um elemento de customização interessante – algo raro em um
jogo de luta. Porém, a iniciativa pode ser uma faca de dois gumes,
funcionando muito bem para partidas contra a CPU e On Line (já que as
suas preferências ficam salvas no HD), mas atrazando bastante partidas
locais, quando cada jogador resolve mudar a configuração – isto pode ser
especialmente problemático em torneios, onde todos os competidores são
de alto nível e cada recurso possível pode ser um diferencial na hora de
determinar o vencedor.
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Street Fighter x Tekken |
Street
Fighter X Tekken (Foto: Divulgação)
Casual x Profissional
Falando em torneios, ainda é cedo para especular como será a aceitação
do game no circuito profissional. Street x Tekken
possui menos profundidade que os games das duas franquias nas quais se
originou: seu gameplay é um meio termo entre Street Fighter IV
e Marvel versus Capcom – não chega a ser casual, mas
tem muitos elementos que auxiliam os novatos, e é exatamente este tipo
de abordagem que, embora possa trazer bons momentos de diversão na sala
da sua casa, costuma liquidar uma franquia enquanto esporte eletrônico:
tudo que é feito para ser confortável para quem está começando nos games
de luta se torna óbvio demais nas mãos dos profissionais, gerando
apelações e disparidades que acabam comprometendo a seriedade do título
no cenário competitivo.
Street
Fighter X Tekken (Foto: Divulgação)
Um dos elementos que foram sacrificados em relação a SFIV
foi o sistema de Focus, uma inovação genial da série que permitia
golpes indenfensáveis, cancelamentos e fintas – todos recursos bastante
explorados por quem se dedicava à franquia, mas que passavam batidos nas
mãos dos iniciantes. Para atender estes últimos, o Focus foi eliminado,
mas o problema é que sem ele ou algo similar (como um Parry), fica
difícil contra atacar já que o único recurso de defesa é o tradicional
bloqueio. O resultado é que as partidas se tornam mais ofensivas, quase
frenéticas, mas como o lutador que está em segundo plano recupera
energia é comum que muitos rounds não terminem em nocaute.