quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Eu nunca me esqueço do ano de 2004. Três grandes games de FPS saíram naquele ano: Far Cry, Doom 3 e Half-Life 2. Um ano marcado pela evolução técnica em gráficos e física, que até então era orientada por script. Um ano marcado também pela corrida das placas de vídeo, pois nenhum destes três jogos rodava 100% nas placas disponíveis. Oito anos se passaram, a id Software foi adquirida pela ZeniMax Media e, por algum motivo que desconheço, acharam que valia a pena relançar a franquia completa para a atual geração.

"BFG" significa Big Fucking Gun, abreviação para a arma mais poderosa da franquia, a BFG 9000 (presente em todos os games). Esta edição, lançada para PC, PlayStation 3 e Xbox 360, contém Doom, Doom 2, Doom 3 e suas respectivas expansões. Falando dos jogos clássicos, Doom vem com os quatro episódios originais, enquanto Doom 2 acompanha as expansões Hell on Hearth e No rest for the living. Para os fãs assíduos, é um pacotão nostálgico válido. Mas para quem nunca jogou, dificilmente irá gostar. E os motivos são vários: controles primitivos, gráficos estourados, música irritante, e dificuldade insana. Nos tempos de Call of Duty, a grande maioria não se importa com estes dois games. Já Doom 3 ao menos desperta interesse.

Doom 3 é um jogo bonito até hoje, talvez devido ao seu visual autêntico e sombrio. Aliás, este é um game que chuta a bunda de muitos outros FPS atuais, especialmente na imersão. Portanto o foco deste BFG Edition está em Doom 3, sendo que podemos considerar os outros dois games como brindes. Agora, o que temos de novidade? Quase nada, infelizmente.

Para justificar esta edição, Doom 3 foi totalmente remasterizado. Com isso o game ganhou melhorias na iluminação, nas texturas, na trilha e efeitos sonoros. O jogo também ficou mais suave, rodando de 60 a 120 quadros por segundo, e foi incluído uma opção para jogar em 3D. A versão para PC oferece o mesmo e um pouco mais: filtro AA até 4x, motion blur até 16x, e resolução ajustável para até 1920x1080. Save a qualquer momento e conquistas (50) também foram incluídas.

Apesar do esforço, a remasterização passa batido mesmo com as atualizações da engine antiga para a nova, id Tech 5 (usada em RAGE). Quem jogou o game original vai ter dificuldades para notar as melhorias, e quem nunca jogou vai continuar achando o game datado. Doom 3 inclui as expansões Resurrection of Evil e a inédita The Lost Mission, que oferece sete novas fases. O que poderia ser uma experiência nova, não passa de material reutilizado.



Outra mudança foi na forma como você usa a lanterna. No game original, você precisa alternar entre a arma e a lanterna, não podendo utilizar as duas ao mesmo tempo. Alguns jogadores reclamaram disso na época e houve até mod para alterar isso, mas eu entendi a decisão dos produtores como uma forma de ampliar a tensão do momento. Enfrentar os demônios em corredores escuros, tendo que desligar a lanterna para atirar, era algo assustador. No BFG Edition, você ativa a lanterna enquanto empunha a arma, mas a bateria dura apenas 15 segundos.

Agora falando sobre o visual do jogo, eu não gostei da nova iluminação. O jogo ficou muito mais claro, eliminando a ambientação sombria e claustrofobia do original. As texturas, que disseram ser remasterizadas, não parecem ter melhorado. Ao meu ver, ficaram piores na versão para consoles. Outra crítica é o bug na versão para Xbox 360: ao instalar o game no HD, você só consegue rodar Doom e Doom 2 pela dashboard, na aba "Meus jogos ".

Doom 3 BFG Edition não é um pacote ruim, mas poderia ter rendido algo melhor e inédito - especialmente se a expansão The Lost Mission não fosse uma colcha de retalhos. O que vale aqui, para quem nunca jogou, é a experiência oferecida em Doom 3 e a expansão Resurrection of Evil. Há poucos games no mercado que dão tanto medo como estes dois. E, pra quem gosta, o modo multiplayer também está no pacote com todos os mapas.
fonte:http://www.gamevicio.com/

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